terça-feira, 18 de agosto de 2015

Rio Grande do Sul - Parte I: Traumas que definem minha forma de viajar.

Madrugada do dia 07. Não precisei nem dormir, afinal meu relógio biológico anda tão desregulado que são raros os dias que eu durmo antes das duas da manhã. Meu voo sairia um pouco depois das três, e como sempre minha meta é chegar no aeroporto pelo menos uma hora antes achei melhor ir andando. (Depois de tantos traumas, você aprende!) Um trauma me fez priorizar voos na minha cidade natal: seis horas de espera em Recife. Não há timeline de facebook, papo com amigos, livros, músicas... nada que consiga preencher seis horas de espera. Depois disso, só viajo de Recife se for a metade do preço e olhe lá.

Foi meu primeiro voo utilizando milhas. Eu fiz um curso intensivo de pesquisas sobre esse assunto. Eu visitei websites e websites, li tutoriais, assisti vídeos, fucei por regulamentos de companhias aéreas, peguei várias informações no meu banco, e agora tenho algum respaldo pra saber mais ou menos com o que estou mexendo. Só que eu sou um pouco cabreiro com as coisas. Consegui as milhas pela conta da minha mãe, e comprei a passagem no meu nome. Não me pediram nenhum documento na hora de preencher os dados. Só um nome. Sabe o quão assustador é isso? Bastante! Tratei de levar além da minha mala comigo, minha querida mãe e seus documentos para o aeroporto. Uma hora de antecedência talvez seria suficiente pra resolver qualquer tipo de mal-entendido que pudesse ter acontecido se eu tivesse errado alguma coisa quando fui efetuar a compra da passagem. (Embora eu tenha aberto o site da gol incansavelmente em busca de qualquer sinal de algo errado e por vezes tenha me convencido temporariamente que não havia nada de errado) Tudo ocorreu bem no check-in. 

Tratei de me distrair observando o aeroporto de João Pessoa. Consigo apontar tantas coisas erradas ali que seria mais fácil entrar no aeroporto com uma venda. Primeiro, pra não ver esse tanto de coisa mal pensada, e segundo porque não faria diferença visto que o aeroporto é tão pequeno que - se brincar - eu consigo chegar em um dos portões de embarque. (Sim, são só dois) Quando vejo no canto do meu olho, Dois Africanos. Um dupla que fez um pouco de fama ao participar de uma das franquias da Globo, Superstar. Fora uma senhora que pediu pra tirar foto com eles, não vi mais ninguém. Achei estranho. Achei que fossem mais conhecidos.

Deixei pra entrar no portão no último minuto. Já ando tão familiarizado (e cansado) com essa rotina de viagens que dá preguiça de esperar todas aquelas pessoas que acham que é normal travar o fluxo de pessoas no corredor pra adequar a bagagem delas da forma mais bonita e inconveniente que elas acharem. Entrei pela parte de trás do avião e me deparei com uma aeromoça observando uma bagunça ligeiramente organizada no corredor. Uma família divida em vários assentos não vizinhos pensando a melhor forma de dispor. "Sempre assim, né?" perguntei. "Nem me diga!" respondeu ela. 

Já dentro do avião. Poltrona no corredor, como sempre. Outro trauma. Sabe quando você tá morrendo de vontade de ir ao banheiro, mas tá sentado na janela do avião e tem duas pessoas do seu lado dormindo? Não sei se vocês sabem, mas é uma situação bem complicada. Depois disso, só assento no corredor. Seja em ônibus, seja em avião. A vista da janela simplesmente não compensa todo o estresse que eu possa chegar a passar. Vai que o avião cai também, ou algo do tipo? Quem tá no corredor tem mais chances, eu acho. Além do que, infelizmente não ando conseguindo dormir tão fácil quanto eu dormia em aviões. Não sei se durantes meus mochilões na Europa, o ritmo e estresse eram tão intensos que a única alternativa que o meu corpo encontrava era desmaiar de sono ou se eu só perdi essa maravilhosa habilidade. A questão é que o fato da Gol passar aquele carrinho com água e outras guloseimas (cobradas!) faz qualquer cristão se perguntar se vale a pena esperar acordado pela chegada da água (de graça!) ou se é melhor aproveitar o sono e dormir.

Em maio, numa viagem de volta de Brasília, minha amiga teve a mala perdida pela Gol. Não extraviada, perdida! A Gol ofereceu 1000 reais de indenização à ela. Mil reais hoje em dia só pra ressarcir a carcaça da mala. Quando pousamos, tudo que eu pedia ao universo em pensamento era que minha mala aparecesse. Enquanto todas as malas eram despejadas na esteira, acompanhadas pelos meus atentos olhos na câmera enquanto um funcionário descuidado arremessava os volumes, eu vivi todo o processo judicial imaginário contra a companhia aérea. Me vi perdendo todas as roupas de sair que ali estavam. Meus carregadores, adaptadores e eletrônicos portáteis que confiei. Trauma. Vai parecer exagero. Minha mala chegou no segundo lote e foi impreterivelmente a última a ser retirada. Tem horas que parece que o universo faz as coisas de propósito pra testar a sua sanidade mental.

Um bom amigo tratou de vir me buscar no aeroporto às nove da manhã. Felizmente não precisei me preocupar com a tradicional pesquisa de onde pegar o Shuttle do Aeroporto, ou coisa do tipo. Acabei descobrindo que ele mora bem próximo à um dos parques de Porto Alegre, o Germânia. Foi lá que eu fui descobrindo minhas primeiras impressões da cidade. Primeiro. Cadê a porra do frio do Sul? Olha, eu sei que eu monitorei a previsão do tempo da cidade e que as temperaturas estavam bem altas pra um típico inverno gaúcho, mas eu realmente esperava que a pegadinha estivesse na sensação térmica. Pois é, amigos. Tinha pegadinha nenhuma. Tava quente e tava quase igual aqui em João Pessoa. E era um quente seco, abafado. Mas já era perto da hora do almoço, eu estava faminto e felizmente o shopping onde iriamos comer ficava à uma quadra dali.

Não fomos almoçar no Joe & Leo's - Shopping Bourbon por causa do almoço em si. Fomos por causa da sobremesa. Essa é uma história de inveja que ouço desse meu amigo desde que voltamos do intercâmbio: Wonder Brownie. Uma sobremesa servida com creme de avelãs, caldas de chocolate e hot fudge coberta com sorvete de creme, chantilly, macadâmias, farofinhas crocante e castanhas de cajú. 


Eu não sei se vocês conseguem constatar como eu. Mas acho que pela primeira vez na vida, eu vi uma foto de comida que não é propaganda enganosa. Ele realmente é enorme. Inclusive o da minha foto parece maior que o da propaganda. Foram três pessoas dividindo essa sobremesa, depois de um almoço caprichado. As porções de lá são enormes, embora o restaurante tenha um preço de médio à caro. 

Depois de uma refeição dessas, acumulado de uma péssima noite de não-sono, tudo que eu queria fazer era tirar um excelente cochilo. Porto Alegre poderia esperar minhas energias serem recarregadas. Mais tarde naquele dia, ainda tive que me deslocar até Canoas, uma cidade vizinha de PoA (sim, sou íntimo já!) onde eu ficaria hospedado nos três dias em que ficaria pela cidade. Pra chegar lá não foi muito difícil. Apenas uma linha de trem abastece parte da cidade e redondezas. Ela serve muito mais pra trazer o pessoal das cidades vizinhas para irem trabalhar em Porto Alegre, do que para o pessoal da capital gaúcha circular na cidade. Foi usando essa linha de trem que cheguei até Canoas. 

O plano da noite era ir numa festa em Porto Alegre numa casa chamada Sinners! As fotos do site prometiam um ambiente maravilhoso, mas eu devia ter me atentado ao nome. Sinners. Foi um verdadeiro inferninho. Uma demora infinita pra entrar na festa, num lugar horrivelmente quente. Que bom que me conseguiram um free, e tudo que tive que pagar foram uns táxis rachados entre amigos. Não recomendo. No outro dia tiveram outras aventuras, mas isso é assunto pro próximo post.

segunda-feira, 2 de março de 2015

UK Universities Tour 2015

Hey Passageiros,

Já fazia um bom tempo que eu não tinha postado aqui no blog, mas sempre tenho tentado acompanhar vocês pela nossa página do Facebook, e o blog continua sendo referência pra muitos intercambistas tirando dúvidas, ou pra muitos turistas que estão indo pro UK e pra outros tantos lugares do mundo. O blog também vem sendo citado em vários outros blogs e de turismos, e tudo vem sendo acompanhado lá pela nossa página do Facebook. Esse ano talvez aconteçam algumas viagens internacionais, mas isso fica de assunto pra outro post.

Hoje eu vim aqui pra falar sobre o UK Universities Tour 2015. Essa é uma feira que vem ocorrendo desde 2012 organizada pelo British Council com o apoio de diversas empresas e organizações, e é destinada a todos aqueles que tem o sonho de estudar no UK. 

"São diversas opções de graduação, pós, MBA, mestrado, doutorado e cursos universitários de curta duração em todas as áreas do conhecimento. Palestras apresentam informações práticas sobre a vida do estudante no Reino Unido, exames de proficiência em língua inglesa, o sistema de ensino britânico, vistos e muito mais."

Esse ano, a feira vai ocorrer em 3 cidades. Em Recife no dia 09 de Março, em Curitiba dia 11 de Março e em Porto Alegre dia 13 de Março. Lá vão estar os representantes de várias universidades do UK que vão poder tirar todas suas dúvidas. Aqui vai uma amostra de como foi a feira de 2014.


E o melhor de tudo isso é que eu vou estar lá na feira de Recife ajudando na organização o/ Então se existir algum leitor de carne e osso nesse blog que vá até lá, vão acabar me conhecendo. Aqui nesse site (http://www.britishcouncil.org.br/feira-uk-universities) vocês podem se inscrever e adiantar o credenciamento que é feito na hora da feira. Você pode encontrar também as universidades que vão estar com representantes por lá, além de mais informações. Então, acho que não custa nada dar um pulinho lá no dia 09 de Março. Vejo vocês lá.

sábado, 27 de setembro de 2014

Roteiro de Natal em Londres - Parte I

Em Dezembro do ano passado eu fui à Londres duas vezes: uma sozinho pra assistir um show de Two Door Cinema Club e outra com meus pais que foram lá me visitar. Então vou transformar esse relato em um roteiro natalino já que muitos dos pontos turísticos de Londres foram "natalinizados". Vou dividir o roteiro em duas partes, essa vai ser a primeira que eu fui sozinho e depois eu completo com a parte que eu fiz com meus pais, e que vai incluir pontos bem mais tradicionais.

Eu já vinha antecipando a data 13/12/14 há pelo menos uns dois meses, porque eu havia comprado um ingresso para um show de minha banda predileta Two Door Cinema Club e logo já vinha planejando essa ida à Londres. O show foi na Arena O2 começou pontualmente as 20:00 e terminou por volta das 23:00. Era impressionante que até as trocas de banda eram pontuais, tudo no horário certo, sem um minuto de atraso.

Eu numa cadeira bem pertinho do céu. Sentado à direita de Jesus Cristo.
Breve resumo do show: Foi o último show da temporada e de maior público da banda. Ou seja, melhor sexta-feira 13 da minha vida. Agora umas informações úteis se algum de vocês for em algum show na Arena O2. Eles não deixam levar nenhum tipo de aparelho que grave os shows, com exceção de celular, até porque eles não tem muita opção, e eu tenho a leve sensação que em algum momento os seguranças foram na minha seção procurando "algo" provavelmente porque viram alguém gravando alguma coisa. Se vocês estiverem com fome, comam antes de ir pra lá, porque apesar de haver algumas dezenas de opções na Arena O2 (além de casa de show também tem basicamente um shopping lá dentro) tudo é mais caro pela localização estratégica. Então comam antes, ou levem comidinha.

A melhor forma de chegar lá creio que seja pelo Underground mesmo na estação North Greenwich. A minha preocupação era a volta. Por ser tarde, fiquei com medo de "engarrafar" e eu não conseguir tube para o meu destino, mas logo que eu saí da Arena tinham muitos policiais fazendo um cordão de isolamento e organizando todo o fluxo pra estação de metrô. Londres, como sempre, exemplo de organização.

No dia seguinte, eu comecei o roteiro pela estação London Bridge atendida tanto pela Jubilee quanto pela Northern Line. Eu fui pra lá no objetivo de dar uma passada no Borough Market que é um mercado de comidas irresistíveis, que só foram resistíveis pra mim porque eu havia acabado de tomar café da manhã, e mesmo assim foi difícil.

Bem na entrada do mercado
Também não tem fotos aqui porque tava bem difícil me movimentar, e se eu fosse tirar uma foto de cada tipo de comida que tinha lá, eu iria ter que mudar o tema do blog de viagem para gastronomia. Bem na saída do Borough Market, você pode encontrar uns pinheiros de verdade, e não aqueles artificiais que a gente comprar aqui no Brasil.

Loja de pinheiros na saída do Borough Market
Lá perto eu descobri dois lugares interessantes que eu não fazia ideia que existiam. O primeiro foi o Before I Die um projeto de arte que deixou um paredão livre para que as pessoas escrevessem seus desejos de vida. Eu claro fiquei com a mão coçando por não tem um giz pra escrever, mas como eu disse, foi totalmente aleatório o encontro dessa parede então...




Ainda na rua do Borough Market, encontrei na Maya House outra obra artística chamada Blue Men. Bem interessante e aleatório.


Depois eu fui pro Underground decidir meu próximo destino. Detalhe importante. Como parte da comemoração dos 150 de Underground em Londres, fizeram uma campanha com o tema Labirintos. Eu adoro labirintos. E o que eu podia interagir foi na parte que espalharam 270 posters de labirintos pelas estações de metrô, e bem, era sempre interessante estar passando e ver um ou outro. Eu consegui notar a assustadora quantidade de QUATRO posters. Mas é justamente porque existem mil entradas e mil saídas pra cada estação, então a probabilidade de pegar a saída "certa" era pequena. Veja a ironia/metáfora dos metrôs. Eu catei um dos que eu vi e achei mais interessantes.


Imagens retiradas desse site

Então, meu próximo destino era um grande museu que já estava pesando na minha lista fazia um tempo: o British Museum. Tem quatro estações rodeando o metrô, veja aqui qual delas é melhor para vocês. Eu não tinha uma tarde inteira, ou dois dias, ou um vida pra passar lá dentro daquele infinito museu. Como eu sempre me interesso pela seção egípcia, fui direto nela.

No caminho para a seção egípcia, tinham outras sessões muito legais, como a sessão de relógios e a sessão dinheiro.

Apenas uns relógios fantásticos

Para os whovians (fãs de Doctor Who), lá tem uma nota criada por designs, semelhante à uma nota de 10 pounds mas que no fim das contas é totalmente diferente. Ela tem várias referências ao David Tennant que era o Doctor da época.


Também tem lá uma moeda comemorativa de Harry Potter mas que era gastável. Ou seja, valia como dinheiro de verdade. Mas quem iria conseguir gastar uma moeda dessa? Quem? Quem?

Porque caixão é para os fracos 
Só isso que vocês estão perdendo. Só isso.
Eu comprei uma porção de cartões postais fantásticos pra mandar pros meus amigos aqui. Acho uma boa ideia pra quem curte.









A grande burrada da minha vida foi não ter encontrado a Rosetta Stone. Ela foi importantíssima para desvendar hieróglifos egípcios, e ela fica lá nesse museu, e é uma de suas principais atrações, então provavelmente estava bem no meio lá das sessões e eu não consegui encontrar. Esse é o único mal de fazer passeios espontâneos. :S Fica pra próxima.

Saindo do museu, me deparo com isso...

Um agrupamento anormal de pessoas vestidas de Papai Noel
Ainda não faço ideia do que era aquilo, mas deu vontade de estar junto. hahahaha Eu tinha pego informações, porque nesse momento eu já estava morrendo de fome, e decidi almoçar Fish and Chips. Ali perto tinha um muito bom que o segurança do museu me indicou, "The Rock & Sole Plaice" - caso você esteja se perguntando, é assim que se escreve mesmo. Haviam dois preços, um pra comer sentado e outro pra levar (mais barato). Como eu fui muito esperto, eu pedi pra levar. Com um refrigerante. Aí vai um fato interessante sobre Londres: não existem bancos para sentar. Dezembro, como vocês podem imaginar, estava um frio impossível. Daí eu com um refrigerante gelado na mão, uma caixa de fish and chips na outra, e sem canto pra sentar.


Eu rodei bastante até encontrar algo que servia como banco, e só porque vi outras pessoas sentadas. Era uma estátua de bailarina que estava sobre um troço redondo de pedra. Enquanto eu tentava comer, os turistas passavam e viam a bailarina e logo queriam tirar uma foto. E eu tava atrapalhando a foto. :) Comi o mais rápido que podia. Mas estava bem gostoso, só esfriou bem rápido e a porção dava facilmente pra duas pessoas. Outro fato interessante sobre Londres: achar um banco pra sentar é mais fácil que achar um lixeiro.


Eu decidi, depois, chegar dali em alguma parte da margem do Tâmisa. Daí eu fui andando e procurando um lixeiro, só que quando eu finalmente achei um lixeiro e olhei pra direita, encontrei o Covent Garden. E foi mais ou menos isso que eu vi...

Exatamente. Uma rena enorme de grama???
Eu tenho quase certeza que essa foi a primeira vez que eu fui no Covent Garden. Como se já não tivesse massa o suficiente aí, eu vi que tinham renas. Só que vivas. De verdade. Eu pelo menos nunca tinha visto.

Revezamento de Renas acordadas.
Diz "x" Rena
Aí no Covent Garden fica uma das melhores lojas de "turistas". Na verdade, é a loja do London Transport Museum. Só que, eu adoro o Underground, e tem muita mas muita coisa interessante. Como eu ia encontrar meus pais pra viajar, eu saí decorando tudo que eu queria comprar e me prometi que quando eles tivessem em Londres eu iria lá pra comprar (e não consegui! Mas fui uma terceira vez à Londres). 

Talentos britânicos.

Só sei que é uma marca famosa. Só.
Já estava começando a escurecer e ficar mais frio. Decidi ir no Natural History Museum pela 34ª vez. Eu adoro aquele museu, e ouvi falar que estava com uma pista de gelo por lá, então fui dar uma conferida. Alguns bons minutos de um tube bem congestionado, porque já estava no horário de pico, 

Cai cai..... balão!

Anoiteceu e eu já tava com fome de novo. Encontrei com Eli, minha londrina predileta, e ela me levou pra comer no Wafflemeister que tinha bem pertinho do Natural History Museum. Como vocês devem imaginar pelo nome, a especialidade são Waffles. Eu comi essa beleza que tinha mini-oreos...

Saudades Oreo
E se você pensa que o dia acabou, eu não fui pra casa depois disso não, embora eu estivesse de fato morto. Porque com exceção do show, todo o resto eu fiz num dia só, e vocês viram como eu já tinha andado. Só que como eu tinha plena noção de que cada segundo era indispensável, parti pro Winter Wonderland. É um parque que se instala no Hyde Park durante o inverno, esse ano irá de 21 de Novembro até 4 de Janeiro de 2015. A entrada é de graça, e apesar das filas serem grandes, elas andam bem rápido. (Mais informações aqui) O maior problema é esperar em pé no frio, e meio que na lama hahaha Mas é bom pra dar umas voltinhas lá dentro, pra comer algo interessante. Tem de tudo. Eu não pude demorar muito, porque eu ia viajar de madrugada pra Portugal, viagem que eu nem relatei aqui ainda e já vai completar um ano. Mas antes tarde do que nunca.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

7 motivos pra aderir ao Free Walking Tour

O Free Walking Tour é uma tendência que vem surgindo na Europa há alguns anos, desenvolvida para nós que queremos viajar gastando pouco (mesmo assim representando uma pequena fortuna) de forma a otimizar nosso tempo para que seja possível aproveitar o máximo da viagem no menor tempo possível. Se você nunca participou de um FWT, ou nunca teve a oportunidade, dá uma olhada nesses cinco tópicos abaixo e vê se eu te convenço.

1 - É Free

Porque que é Free? Basicamente porque você não tem obrigação de pagar nada. Contrariando a tradicional ideia de pagar pelo tour antes de fazê-lo, o Free Walking Tour propõem justamente o contrário: Faça o tour antes, e ao fim dele você decide quanto é que o guia merece pelo serviço. Se você não quiser pagar nada, não tem problema, mas isso nunca acontece, porque é simplesmente impossível não gratificar os incríveis guias que te entretêm por umas 3 horas. 


Grupo do FWT em Bratislava

2 - Tá sem tempo? Viagem curta?

Nas cidades europeias, principalmente, a grande parte das atrações e monumentos históricos ficam no centro da cidade. O guia vai te levar nos principais lugares, no menor tempo possível, e ainda vai te dizer o que de importante ficou faltando que eles não poderiam te levar à pé. Quem melhor pra te dizer o que de melhor tem pra se ver se não um guia/morador da cidade?

3 - Viaje e Aprenda

Eu sou grande fã do FWT principalmente por causa desse ponto. Viagem é sempre interessante (é), mas quando você tem a oportunidade de entender a história dos lugares, a base, as influências ou até mesmo reviver aquelas provas de história do ensino médio é surreal. Eu brinco com meus amigos que se eu tivesse tido a oportunidade de viajar pela Europa no tempo que eu estava na escola, eu seria mestre em História Mundial. Acho que se um professor gravasse um tour desse, e eventualmente usasse como aula, ia ser sucesso. Pelo menos eu estaria interessado eu trocar as figuras de livros por monumentos vivos, nomes por estátuas e busto, e palavras escritas por palavras faladas.


Teto de Igreja em Roma onde foram representados todos 
os continentes conhecidos (exceto Oceania)

4 - Faça Amigos

Essa dica vai principalmente para aqueles que estão viajando sozinhos. Bem, você vai passar 3 horas com um grupo de pessoas, e a não ser que você seja uma pessoa completamente antissocial, surgirão momentos que você poderá interagir com elas, e provavelmente vai encontrar pessoas que estão no seu hostel também e enfim, criar oportunidades pra qualquer coisa que você quiser. Não custa nada você perguntar pra pessoa: "Desculpa, qual foi a última coisa que a guia falou que eu não consegui entender?" Daí você já tem o pontapé inicial pra conversa, o resto fica a cargo de vocês.

5 - Descole lugares interessantes para comer

Geralmente o tour, pelo menos os que começam as 10:00, vão terminar no que eu chamo de hora da fome. 3 horas andando no sol, ou no frio, ok, simplesmente andando, vão te dar fome, se você for um ser humano normal. Os guia costumam "convidar" você pra ir comer em um restaurante. Como o público alvo do FWT são pessoas com uma grana contada, nunca vão te levar pra algum lugar absurdo. (Inclusive a dica 5 ajuda na dica 4) Você então vai poder culinária típica à um bom preço.

Waterzoi

Acima um Carbonate e abaixo Waterzooi em Bruxelas

6 - É Fácil e Espontâneo

Se você estiver pensando que tem que fazer um cadastro, assinar dois contratos e conseguir quatro carimbos pra poder fazer um tour desse, você está completamente enganado. Os tours acontecem diariamente - pelo menos em todos os lugares que eu fui - e tinha a opção de dois turnos: ou às 10 horas ou às 13:00. Então tem um ponto de encontro na cidade, você chega lá um pouco antes da hora e é isso. Só aproveitar.

7 - Outras possibilidades de Tour

As mesmas companhias que realizam o FWT geralmente oferecem outros tour pagos e com preço fixo. São tours especiais de grande atrações que demandam mais tempo do que a fração dedicada no tour normal, assim como existem outras formas de passeio, por exemplo, de bicicleta em Amsterdã. Há também o famoso Pub Crawl. Ele funciona da seguinte forma, você paga uma taxa e faz um tour passando por vários pubs - obviamente são tours noturnos - e em cada pub você tem direito a uma bebida de graça.

Confira outros destinos na seção Já fui.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Manual do Intercambista - Dicas pro IELTS

Visto que o abriram mais editais pro Ciências sem Fronteiras agora e vão haver centenas de estudantes desesperados se perguntando e me perguntando o que é IELTS, como eu fiz pra passar, como é a prova, como eu estudei, e perguntas desse tipo, resolvi fazer esse post tutorial sobre todas as informações que eu consegui recolher pra ajudá-los nessa fase inicial desse longo processo que vai vir pela frente. A primeira coisa que eu gostaria de deixar claro é que entender o estilo da prova é fundamental, porque o segredo de tudo é se adaptar à esse estilo e trabalhar as melhores abordagens (aquelas que funcionem pra você) a fim de que você consiga tirar o máximo do teste.

O que é IELTS?

Internacional English Language Test System, ou seja, é uma exame de proficiência que serve pra medir seu inglês. 

Para qual tipo de IELTS eu devo me inscrever?

Você deve saber que há dois tipos de IELTS: General Training e Academic. O General Training é usado pra quem vai emigrar pra algum país em busca de trabalho, enquanto o Academic é pra quem pretende fazer intercâmbio, que é o nosso caso.

Quanto custa?

Na minha época custava 440,00 mas agora tá mais caro e custa 500,00. Isso se chama muita procura pra pouca oferta. Vamos botando a mão no bolso dos pais.

Onde é que eu posso me inscrever?

A inscrição que eu fiz foi online. Realmente não sei se você pode ir direto no centro fazer lá, mas enfim, o link pra inscrição online tá aqui.
Link: http://takeielts.britishcouncil.org/book-your-test/book-now

Como é o formato do IELTS?

O IELTS testa quatro componentes/bandas: Listening, Reading, Writing e Speaking. A sua nota vai ser a média entre as quatros notas que você conseguir em cada banda. As notas vão de 0 (caso você não compareça, pois se você comparecer ganha 1, olha que útil o/) até 9. Se eu não me engano o edital do UK exige que você consiga pelo menos 5,5 em cada banda do exame para intercâmbio sem curso de inglês, e 4,5 com curso de inglês.

Quando eu tenho acesso ao meu resultado?

Você tem acesso online ao seu resultado em 13 dias corridos e em 20 dias você recebe seu resultado pelo correio.

Speaking

Skills assessed: A wide range of speaking skills is assessed, including the ability to communicate opinions and information on everyday topics and common experiences and situations by answering a range of questions; the ability to speak at length on a given topic using appropriate language and organising ideas coherently; and the ability to express and justify opinions and to analyse, discuss and speculate about issues.

O Speaking é feito através de uma entrevista individual com um entrevistador e é geralmente feita antes da prova escrita que testa o resto das bandas. Sua duração é entre 11 e 14 minutos como vocês vão entender pelas seções que vem a seguir. O speaking segue 3 partes:

Parte 1 Introduction and interview (4-5 minutes)
The examiner introduces him/herself and asks the candidate to introduce him/herself and confirm his/her identity. The examiner asks the candidate general questions on familiar topics, e.g. home, family, work, studies and interests.

Ou seja, essa é a parte mais simples do exame, onde seu inglês ainda está na zona de conforto, pois é um inglês básico que não exige muito de você, afinal você estará falando de você mesmo, ou seja, território conhecido. O teste começa justamente por essa parte pra funcionar como um "ice breaker" e te deixar mais relaxado pra próximas seções que vão te fazer pensar um pouco mais. Essa seção é aquela que dá pra você ir muito bem, principalmente por ser a mais fácil de treinar.  

Part 2 Individual long turn (3-4 minutes)
The examiner gives the candidate a task card which asks the candidate to talk about a particular topic and which includes points which the candidate can cover in their talk. The candidate is given 1 minute to prepare their talk, and is given a pencil and paper to make notes. The candidate talks for 1-2 minutes on the topic. The examiner then asks the candidate one or two questions on the same topic.

Bem, aqui a brincadeira começa a ficar mais séria. Até onde eu sei o tema a ser definido é de escolha "livre" do entrevistador, então basicamente você tem que rezar pra que a pessoa que vai estar aplicando a prova alivie pro seu lado e escolha algo razoável. Por exemplo, no dia anterior ao meu, o tema da minha amiga foram paisagens naturais. Ele pediu pra ela descrever uma paisagem natural que ela tinha vontade de conhecer. No meu caso, meu tema foi crescimento urbano, e se eu não me engano eu tinha que explicar o porquê e as consequências. Nessa parte provavelmente vai ser algo mais descritivo, que você tenha que fornecer detalhes sobre alguma coisa, e como é algo que depende totalmente da sua opinião, você pode criar, ou mentir à seu favor, contanto que a resposta esteja dentro da pergunta. 

Part 3 Two-way discussion (4-5 minutes)
The examiner asks further questions which are connected to the topic of Part 2. These questions give the candidate an opportunity to discuss more abstract issues and ideas.

Aqui pra mim é a parte mais chata do Speaking em que eles estão basicamente testando seu "range" de vocabulário. No meu caso, as perguntas foram bem parecidas, embora mostrassem focos diferentes. Se seu vocabulário não é muito amplo - como aconteceu comigo - a gente fica dependendo dos mesmos verbos pra nos expressarmos, e provavelmente perderemos pontos por isso. É aqui também que ele vai testar a sua articulação na hora de formular uma opinião e de exprimir suas ideias.

Obs.: Caso você não entenda a pergunta do entrevistador, não há problemas em pedir pra repetir a pergunta. Até onde eu sei, não haverá decréscimo na pontuação por esse motivo.

Como estudar pro Speaking?

- Ensaiar a Parte 1 como eu já disse, pois ela é bem clássica.
- Se você não está cursando inglês atualmente, procure rodas de conversação, procure chats online que tem estrangeiros, pega um amigo que é próximo seu e que você não tenha vergonha pra conversar, ou seja, SPEAK UP! Não tem outro jeito pra treinar que não falando.
- Pro meu caso, eu geralmente abria sites aleatórios, ou pensava em temas aleatórios e começava a falar sozinho porque eu sou desses maníacos que você passa na rua e vê falando sozinho. Aproveitei essa mania interessante minha pra treinar meu speaking porque sim.
- Pegar um livro interessante em inglês e ler em voz alta funcionou pra mim também, principalmente pra treinar minha articulação, meu ritmo de fala, as pausas e etc. Pra quem fala rápido, o ideal é que se acostume a falar um pouco mais devagar, porque se você tiver aquele "branco" e não lembrar aquele conectivo ou aquela palavra que sempre some no momento que você mais precisa, o tempo que você para pra pensar num sinônimo ou numa rota alternativa de pensamento não vai ficar tão aparente se você falar num ritmo mais lento, enquanto que se você fala rápido vai ficar bem notório, e não esqueçam que fluência com certeza é um dos critérios que está sendo avaliado.
- Eu escrevi centenas e centenas de conectivos que o inglês possui e fui aprendendo a usar vários deles que eu não conhecia pra treinar tanto pro speaking como pro writing, pois a articulação pela aplicação deles é importantíssima, então aconselho fazer isso também.
- Grave você falando. Isso vai te ajudar a reconhecer seus erros de pronúncia, talvez algum vício linguístico que você desconheça.

Listening

Então, o listening tem 40 questões e o tempo é de mais ou menos 30 minutos que vai ser dividido em partes, então você não tem muito como controlar. O áudio vai te dizendo quanto tempo você vai tendo pra cada seção e se eu não me engano no fim tem 10 minutos pra transferir as respostas (e chutar o que você não escutou. Acredite em mim quando eu digo CHUTAR porque é escolher uma palavra/número/letra dentre o vocabulário inglês todo)

A variety of question types is used, chosen from the following: multiple choice, matching, plan/map/diagram labelling, form completion, note completion, table completion, flow-chart completion, summary completion, sentence completion, short-answer questions.

Test Parts: There are 4 sections
Section 1 is a conversation between two people set in an everyday social context (e.g. a conversation in an accommodation agency)
Section 2 is a monologue set in an everyday social context (e.g. a speech about local facilities or a talk about the arrangements for meals during a conference)
Section 3 is a conversation between up to four people set in an educational or training context (e.g. a university tutor and a student discussing an assignment, or a group of students planning a research project)
Section 4 is a monologue on an academic subject (e.g. a university lecture)

Que eu saiba, não tem como se preparar pra cada seção que não pegando provas e fazendo. Eu só sei que, ao meu ver, o nível de dificuldade vai aumentando a medida que a prova vai se encaminhando pro fim, porque as primeiras respostas são números, palavras básicas, nomes soletrados... E no fim na seção quatro são coisas de um assunto mais específico. Minha seção 4 eu lembro bem que foi sobre fósseis, escavações. Seção 3 foi sobre um projeto arquitetônico.

Each section is heard once only
A variety of voices and native-speaker accents is used.

Pois é, cada áudio, digo cada seção, só passa uma vez. Antes do áudio da seção começar ele vai dar um certo período de tempo (que não é muito) pra você dar uma "lida" (vulgo dar uma olhada por cima nos pontos principais) e logo já começa a conversação.

Sobre as vozes podem ser japoneses, indianos ou próprios britânicos falando mas qual deles vai ser não é possível saber.

Como estudar pro Listening?

- Minha recomendação inicial e geral é que você deve assistir séries sem legenda. Acho que é improvável que você caro leitor que está lendo isso, aqui e agora, não assista séries. Então, pegue suas queridas e amadas companheiras de momentos de não-estudo e transforme em tempo útil. No começo vai ser um saco, eu confesso, tem pedaços de temporadas que até hoje eu não entendo muito bem o que foi que aconteceu porque eu não tinha paciência pra assistir com legenda de novo depois, porém a gente tá numa situação de make-or-break. Então vale o sacrifício. Vai ser bom pra adaptar seu ouvido a prestar atenção mais no que se fala do que ler o que tá passando na legenda.
- Me aconselharam também a ouvir rádios da BBC qualquer hora, qualquer dia, qualquer lugar.
- Pra estudar pro Listening do IELTS só fazendo provas que estão pela internet esperando pra ser descobertas mesmo. (Vou colocar uns links no fim do post)
- Vocês vão perceber que no começo é bem fácil perder algumas respostas porque elas passaram por você sem perceber e pior, por ficar esperando aquela respostas você vai perdendo outras, então o segredo vai ser basicamente prestar MUITA ATENÇÃO no listening e ter um certo timing pra desistir daquela resposta e partir pra próxima. (Mesmo eu estando ciente disso, eu perdi umas 3 respostas na prova no dia que eu fiz pra vocês entenderem como isso é fácil de acontecer)
- Vocês também vão perceber na prova que eles repetem certas sentenças pra te fazer confundir na resposta. Em certos momentos algo é afirmado, e logo em seguida a pessoa do áudio larga um sorry e diz que se confundiu e passa a resposta correta. Então cuidado pra pegar a informação certa, porque quando no áudio estão "corrigindo" a resposta, você tá no papel passando a primeira resposta e nem ouvindo.
- Outra coisa interessante é ter em mente um resumo de tudo que foi falado nas conversas porque eventualmente você vai ter que chutar uma resposta e sem um contexto fica bem difícil, caro amigo.
- Um segredo é saber gerenciar aqueles segundos iniciais que você tem pra ler as questões antes do áudio da seção começar. Você tem que decidir se vai usá-lo pra dar uma olhada geral nas perguntas ou se vai ler as primeiras perguntas mais especificamente, ou então as últimas que são mais complicadas... Bem, mas isso fica à seu critério. Suit yourself.
- E outra, se você acaba de responder rápido as perguntas da seção, dá pra começar a olhar as questões da próxima seção mesmo antes do áudio mandar você fazer isso (embora seja difícil porque geralmente você tá lá chutando respostas que você não marcou).
- Outra coisa que eu lembrei. Lá no listening tem umas seções que ele vai dizer NO MORE THAN TWO WORDS. Então nesse exemplo, obviamente as respostas serão no máximo com duas palavras, mas as vezes a expressão que você ouviu tem 3 ou 4, porque inclui preposições, então é necessário muita atenção pra não passar isso pra folha de respostas.
- Ainda nesse critério, QUALQUER erro na palavra, seja uma letra a mais ou a menos é classificada como erro. Não tem perdão. :(

Reading

Olha chegamos na parte mais feliz do teste que é o reading. Geralmente a maioria das pessoas tem facilidade com o reading porque a informação tá ali na sua frente e você tem que basicamente interpretá-la. Você vai ter 60 minutos, já incluso o tempo de passar as respostas pro gabarito, pra ler 3 textos e responder 40 questões sobre eles. Assim como no listening, os tipos de questões variam e pra conhecer elas só pegando um teste mesmo. Adianto que as piores são as que dão resumos de parágrafos e te pedem deixá-los em ordem. 

Test Parts: There are 3 sections
The total text length is 2,150-2,750 words
Each section contains one long text. Texts are authentic and are taken from books, journals, magazines and newspapers. They have been written for a non-specialist audience and are on academic topics of general interest. Texts are appropriate to, and accessible to, candidates entering undergraduate or postgraduate courses or seeking professional registration. Texts range from the descriptive and factual to the discursive and analytical. Texts may contain non-verbal materials such as diagrams, graphs or illustrations. If texts contain technical terms, then a simple glossary is provided.

Então, os textos são ~aleatórios mas são de fácil entendimento, porém de tópicos não-tão-interessantes assim as vezes. Reading de longe é a prova mais fácil de treinar e é a que pode te dar uma média bem boa pra compensar a lapada nas outras bandas. Então sem muitos arrodeios, vamos às dicas. 

Como estudar pro Reading?

- Ler é sempre bom né? Sites de notícia, livros, letras de música, rótulo de produtos importados (esse último pros ricos).
- Eu fico repetindo essa questão de "approach" mas é porque eu acredito que cada um tem uma forma pra se dar melhor. Tem gente que não lê os textos inteiros, faz um leitura superficial e marca parte que pareçam importantes. Tem gente que lê o texto todinho e depois vai pras questões. Eu, particularmente, lia as questões bem por cima pra ter mais ou menos uma ideia do que iria ser perguntado, porque pra mim fica mais fácil identificar depois.
- O reading mais uma vez gira em torno do gerenciamento de tempo. Bom ficar de olho no relógio pra não perder muito tempo num texto, nem esquecer de passar as respostas pra o gabarito.

Writing
Tasks: There are 2 tasks
Candidates are required to write at least 150 words for Task 1 and at least 250 words for Task 2
Timing: 60 minutes

Então chegamos na parte mais desafiadora, na minha opinião. Uma hora pra interpretar, escrever e revisar dois textos que somados devem dar pelo menos 400 palavras é pouco, logo exige bastante treino. Vamos lá às duas tasks que temos que escrever.

Test Parts: There are 2 parts
In Task 1, candidates are presented with a graph, table, chart or diagram and are asked to describe, summarise or explain the information in their own words. They may be asked to describe and explain data, describe the stages of a process, how something works or describe an object or 
event.

Nessa primeira task há uma vocabulário bem específico de verbos pra descrever gráficos que eu não era muito familiarizado. Na verdade, tem um vocabulário "melhor" pra cada tipo de estrutura, e isso tem que ser pesquisado, definido e aprendido. Algo importante aqui é lembrar que seu trabalho é apenas DESCREVER logo não se deve emitir nenhum tipo de opinião.

In Task 2, candidates are asked to write an essay in response to a point of view, argument or problem. The issues raised are of general interest to, suitable for and easily understood by candidates entering undergraduate or postgraduate studies or seeking professional registration.
Responses to Task 1 and Task 2 should be written in a formal style

Já aqui nessa segunda task você perde toda sua imparcialidade. Lembro que o tema da minha task 2 foi sobre "O poder de influência de famosos sobre os adolescentes". Basicamente ele queria que você dissesse se você achava que era bom, ou ruim, ou ambos, enfim, falasse sobre isso.

O recomendado é que você passe 20 minutos escrevendo a primeira task e 40 minutos na segunda. Sabe-se também que a Task 2 vale o DOBRO da Task 1.

Como estudar pro Writing?

- Primeira recomendação. Como eu acabei de falar ali em cima, como a Task 2 vale o dobro da Task 1 seria interessante começar pela Task 2, afinal na pior das hipóteses se você não conseguir acabar a Task 1, pelo menos você tem chance de conseguir 2/3 dos pontos.
- Prática, prática, prática. Sim, esse é o pior que tem de treinar porque tem que sentar a bundinha na cadeira, pegar os temas e sair escrevendo, mas sério, deem atenção porque sem prática fica difícil render o suficiente em 60 minutos, como eu já afirmei, que acho beeeem pouco. Eu mesmo terminei a Task 1 correndoooo. Inclusive eu me confundi nos gráficos e saí correndo pra trocar o nome das coisas, e no fim ficou um espaço em branco que eu apaguei e não consegui reescrever --' Mas sobrevivi.
- Como eu também disse ali em cima, seria bom descobrir um vocabulário específico pros gráficos, tabelas, e afins. Eu fiz um resumo disso num caderninho, porém emprestei pra uma amiga que vai estar fazendo o IELTS senão eu criaria coragem e escreveria aqui. Mas eu catei isso basicamente no Road to IELTS que eu vou falar mais ali embaixo.
- Não adianta escrever as Tasks se você não arranjar quem corrija, afinal você precisa ter erros pra saber o que tá fazendo de errado.
- Atentem ao limite MÍNIMO de palavras. 150 pra primeira, 250 pra segunda. Pra não ter que contar quantas palavras eu tinha escrito no fim (embora eu tenha contado por insegurança) eu meio que depois de escrever muitas task fiz uma média de quanto eu escrevi mais ou menos por linha e por parágrafo. Cada letra varia, então sua média é diferente. Daí se você escrevesse acima de uma certa quantidade de linhas mais uma margem de erro com certeza teria superado o limite esperado. Funcionou pra mim. Sim, eu sou de engenharia e faço essas contas porque sim.

Road to IELTS

O British Council oferece um software, por assim dizer, que tem uns exercícios assim como ótimas e excelentes dicas pra cada área do exame. Se você não fez sua inscrição ainda, você tem 10 horas com recursos limitados, porém no momento que sua inscrição é confirmada, você tem 20 horas de acesso ilimitado com muito vocabulário, questões e enfim, tudo que você precisa. Eu tirei vocabulário pro Speaking, e Writing tudo daí, basicamente, pra vocês terem uma ideia.
Link: http://www.britishcouncil.org.np/exam/ielts/courses-resources/road-ielts

Caso vocês estejam curiosos minhas notas no IELTS foram:
Speaking: 6,0 Writing: 6,0 Listening: 6,5 Reading: 8,0 Overall: 6,5

Com meu 6,5 e banda mínima de 6,0 eu podia aplicar pra qualquer universidade disponível no meu edital, o que me deixou extremamente feliz. Bem, desejo à vocês boa sorte, e se tiverem mais dúvidas deixem aí nos comentários que se eu souber responder, eu responderei, ou então perguntem no Ask.fm. Deixo uns links interessantes abaixo que valem a pena ser conferidos que tem exemplos de provas e informações interessantes.

As informações sobre o estilo de prova foram tirados desse arquivo. Lá tem inclusive, anexado, as folhas de gabarito pra terem ideia do formato.

Booklet: http://takeielts.britishcouncil.org/sites/default/files/Information_for_Candidates_booklet.pdf

Leitura aconselhada:

Em todos esses sites tem algumas provas do IELTS, e não deve ser difícil de encontrar mais provas internet afora.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

10 coisas que eu aprendi viajando por 17 países

1 - Nunca subestime um destino

Aconteceu comigo exatamente duas vezes. A primeira foi quando eu planejei minha viagem pro Leste Europeu. BratislavaBudapeste e Vienna. Dessas três cidades, acredito que a maioria de vocês talvez desconheça Bratislava, a capital da Eslováquia. Bem, eu também desconhecia, logo assumi que por não ser muito famosa não teria muito o que fazer, e que eu poderia descansar mais lá pra aproveitar mais nas outras. Errado. Bratislava está praticamente no nível das outras duas cidades, e por não ser tão famosa não está lotada de turistas, logo parece mais natural, e é uma viagem muito mais tranquila.




A segunda vez foi no Mochilão de Verão na Europa. Por ser uma viagem enorme (Bruxelas, Amsterdã, Berlim, Praga, Warsaw, Roma, Cidade do Vaticano, Florença, Pisa e Milão... Até de escrever, eu já cansei) eu até meio que tive que escolher um destino pra ter uma viagem mais calma e descansar, porque mochileiro viajando significa andar muito, dormir pouco, sofrer bastante porém ser agraciado com uma excelente viagem. Dessa lista aí, Warsaw tava bem no meio e vinha logo antes da Itália que tinha tudo pra ser fantástica. Quando eu cheguei em Warsaw, eu tava com dor de garganta, minhas pernas já tinham desistido de mim e eu realmente precisava descansar, mas sabe o que aconteceu? Errei de novo. Warsaw é simplesmente fantástica, e com certeza um dos melhores destinos que eu visitei. Ou seja, fui numa farmácia, comprei um remédio à base de mímica e sobrevivi pra contar a história.




Quando esse dilema me veio à ocorrer uma terceira vez, já nem me equivoquei e deixei de subestimar destinos. Cada local tem sua cultura única, seu modo de viver, sua culinária e é sempre tão próprio que mesmo que você não goste, você aprende a respeitar e dar o devido valor. E além do mais, quanto menos expectativa você reserva pra um destino desses, mais você se surpreende e descobre (e em geral, fica feliz em saber) o quanto estava errado!

2 - Viajar é muito mais fácil do que você pensa

Hoje você em casa consegue resolver muita coisa de casa como comprar passagem, reservar hotel, fazer roteiros, conhecer lugares... Tem muita informação. Então pra quem é inseguro, tipo eu, dá pra ficar bem seguro com as pesquisas e com as experiências de outras pessoas, porque você pode prever problemas e se preparar pra eles ou evitá-los. Existe sim dificuldade pra alguns lugares, mas nunca é tão complicado quanto se pensa. Quanto mais aleatório o lugar, mais divertido pode ser.


(Oslo)


3 - Não tenha medo de experimentar

Sabe aquilo que teus pais falam pra tentar te convencer a comer os legumes do prato? "Se você não provar, não vai saber se gosta ou não!" E por mais que a gente não queira admitir, muitas vezes julgamos pela aparência, não só comida, mas muitas outras coisas. Eu prometi pra mim mesmo que enquanto eu estivesse viajando eu ia provar de tudo que desse de cada lugar. Eu acho que cumpri minha promessa, com raras exceções que o dinheiro limitou hahaha Porém eu gostei de muitas comidas, como Waterzooi em Bruxelas, umas Batatas com Frango magníficas no deserto de Marrakesh, e Travesseiros em Sintra - Portugal. Aí você diz, aposto que foram opções fáceis e a comida parecia ser deliciosa, e eu te digo, verdade.



Porém, ainda em Marrakesh, eu passei pela minha prova de fogo. Um inglês que eu conheci por lá, me chamou pra comer num lugar lá pelos becos de Marrakesh. Era um restaurante típico NADA turístico. A comida não era tão linda, principalmente as cabeças dos bichos mortos bem na entrada, mas mesmo assim eu provei e o que aconteceu? Até testículo/cérebro do bicho eu comi. (Não sei qual das duas partes era) E não foi ruim. Era bom. Tenho boas lembranças. Comeria de novo com um arrozinho e uma batata frita pra dar uma ajudada. Não teria essa experiência pra contar se não tivesse experimentado. Logo, experimente! Mas lembre de andar sempre com uns anti-alérgicos só por segurança. Você nunca sabe se vai ser alérgico ao quadragésimo sétimo tempero marroquinho.

4 - Planejar é essencial

Vocês não tem ideia do quão bom é chegar num aeroporto, estação de ônibus ou de trem e saber SE e ONDE é possível comprar tickets pra chegar ao seu hostel. Principalmente se você viaja naqueles voos promocionais e chega beirando a meia noite nos lugares onde todos os serviços de transporte estão parando de funcionar, com exceção dos táxis, claro, que estão só te esperando pra dar o bote. Ou mesmo que você chega de dia, e seu hostel fique ali pertinho, saber ao menos em que direção seguir assim que sai da estação é um avanço. Por isso eu usava o Google Street View sempre que necessário.

Outro motivo porque é importante planejar. As vezes, na época que você está indo pra cidade tá acontecendo um festival de música bem interessante, por exemplo. Ou ainda, o preço de ingresso na entrada de certos lugares tem desconto se você compra online com antecedência. Planejar muitas vezes é sinônimo de economizar dinheiro e tempo em filas também. Se liga aí.

5 - Saia da rota turística

A rota turística muitas vezes vale muito a pena, salvo alguns lugares que os turistas acabam indo mas nem é tão fantástico assim. Por isso é importante você saber diferenciar o que vale do que não vale a pena, e só é possível saber lendo sobre os lugares antes de ir. Algumas pessoas não gostam de ler sobre pra não quebrar a surpresa, e eu entendo, mas falando pra essas pessoas, tentem ver só os pontos chaves e algumas reviews dos lugares, porque daí você ganha mais tempo vendo outras coisas.



Por exemplo, Bruxelas à noite reserva umas surpresas que são projeções de obras artísticas - assim suponho - em ruas aleatórias do centro histórico. Eu descobri por acaso andando sozinho e sem rumo pelas ruas a noite, e é justamente esse o ponto. (Claro que se deve sair andando em todo beco. Vocês me entenderam) Outro exemplo, quando eu fiz minha viagem à Lisboa - que eu ainda nem fiz o post aqui no blog - me foi sugerido que visitasse uma cidade vizinha, Sintra, e foi lá que eu descobri um dos lugares mais fantásticos que eu já conheci. Ainda no post de Bruxelas, falei de umas caminhadas bem interessantes se afastando do centro que é possível fazer. Nem todo mundo tem essa disposição toda pra andar (nem eu) mas como foi o primeiro destino do mochilão, eu estava bem disposto.

Por fim, entenderam que as vezes caminhar sem destino ou muito bem destinado faz bem, né?

6 - Viajar também é um estilo de vida

Eu não sei o porquê mas eu sempre me imaginei entrando numa faculdade, depois arranjando emprego, e me estabelecendo financeiramente pra poder viajar pra onde eu quisesse, só que eu conheci algumas pessoas que me fizeram mudar minha forma de pensar. Por exemplo, conheci um francês em Lisboa que disse que antes de voltar pra cidade dele pra formar uma família, ele havia decidido ir pra o Brasil trabalhar numa região, que ele acha interessante, por 3 anos. Já um inglês que eu conheci no Marrocos largou o diploma universitário dele pra ir trabalhar numa agência de cruzeiros e passou um tempão viajando pelo mar e ganhando descontos e viajando pelo mundo. Btw, ele continua fazendo isso e aparentemente vivendo bem.

Quem nunca se sentiu tentado a largar tudo pra viajar? Bem, aparentemente, isso acontece e, as vezes, dá certo. Porque não conhecemos tantas pessoas que fazem isso? Bem, também me pergunto.

7 - Haja como um nativo

Que melhor forma de entender o povo e o lugar que não o vivendo? Não precisa comprar um casa, trabalhar, e construir uma vida também né, mas tem certos costumes que nós não temos que podemos experimentar. Em Budapeste, por exemplo, é muito comum ir pra casas de banho de águas termais pra se curar de diversas doenças, principalmente envolvendo dores musculares, assim como ressaca de uma espécie de "cachaça" típica chamada Palinka. Eu comprei Palinka e trouxe pro Brasil, e ainda não experimentei, logo não posso dizer nada, mas eu experimentei das casas de banho e achei sensacional, principalmente porque elas são todas clássicas com arquiteturas de palácios e afins.



Você também pode fazer o processo um pouco diferente e beber Palinka, ficar ressacado e no outro dia ir lá nas casas de banho pra ver se realmente funciona. Funcionando ou não, vem aqui e me conta ali nos comentários o que é que deu. Obrigado.

8 - Gentileza gera Gentileza

Todo bom mochileiro sabe que pedir informações é algo inevitável. Por mais bem informado que você esteja, sempre vai errar aqui ou ali, sempre vai querer saber que comida bonita é aquela que estão comendo, ou vai querer entender porque aquilo é assim... Ou vai estar perdido e desesperando achando que vai morrer sem saber o que fazer. Não importa, o lugar, não importa a língua, aborde as pessoas com educação: "Bom dia/Boa tarde/Boa noite, você poderia por favor me ajudar?" ... "Muito obrigado."



Inclusive, se você souber essas palavrinhas em negrito aí em cima na língua nativa da região, melhor ainda. Eu sempre tentava decorar essas palavras básicas, principalmente quando o idioma é muito atípico, como foi o caso na Croácia, Hungria, Marrocos... Inclusive alguns dos hostels deram um papelzinho com essas palavras básicas e suas traduções. O sinal de que você está se esforçando pelo menos para se comunicar com as pessoas na língua deles é sempre bem reconhecido, ou quase sempre. Obviamente vão haver pessoas apressadas/assustadas/mal educadas em todos os lugares, mas com certeza, com gentileza é mais provável que tudo dê mais certo.

9 - Você não precisa de muito pra viver

Não sei se você já viajou de Ryanair ou de alguma outra companhia de baixo custo mas os tamanhos das malas tendem a zero. Na verdade, no futuro, eles não vão te deixar levar mais nada. Se brincar nem a roupa do corpo só pra caber mais peso/gente no avião. Enfim, quando você tem que montar sua mala e fazer com que 10 kg de "tudo" sejam o suficiente pra que você sobreviva pelo tempo que você está viajando, você começa a diferençar o essencial do não tão essencial assim. Uma boa seleção de roupas, uns produtos de higiene pessoal, carregador pros seus eletrônicos porque também ninguém é de ferro, uns remédios pros piores casos, e mais umas coisinhas aqui e ali, e bem, só vai te faltar teto e comida.

Aposto que a grande maioria das pessoas prefere ter pouco e conhecer muito, do que ter muito e conhecer pouco. Eu sou um desses.

10 - Depois da primeira viagem você nunca mais vai querer parar

Viajar é um vício. Viagem é um remédio. Indicado para todo tipo de viajantes tendo como efeito colateral um alto nível de dependência, porém sem contra-indicações. Pode-se adotar a posologia que quiser. Inclusive já tomei altas doses desse remédio aí e estou juntando dinheiro pra comprar mais, só que tá meio caro. Comprar ali pela América do Sul pra saber se tá mais barato. Então, se você não quiser se viciar, não comece a conduzir esse medicamento, e aos dependentes como eu, bem, solução outra não há, senão viajar.    



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