Nome: Amsterdam/Amsterdã
País: Netherlands/Holanda
Língua Oficial: Neerlandês
Moeda: Euro
Amsterdã é tudo aquilo que falam? Praticamente. A opinião pública, porém, é superficial quando conceitos e ideias são levados em consideração explicando o porquê disso e daquilo serem de tal forma. É bem verdade que a cidade é o que é hoje, não porque os governantes e governantes que precederam os atuais tinham uma cabeça bem além do seu tempo, mas sim por causa de algo bem interessante chamado lucro.
Era uma vez um grupo de marinheiros à muito tempo no mar. Ao colocar os pés em terra firme, eles estavam "carentes" de afeto e precisavam do quê? Rezar é que não era, agora. Chegava a noite e umas senhoritas ofereciam certo serviço aos pobres marinheiros, e devido a situação precária, eles acabavam cedendo. No dia seguinte, muito arrependidos dos pecados que cometeram, também precisavam do 'serviço' oferecido pela Igreja conhecido como indulgência, em outras palavras, você comprava uma forma de quitar suas dívidas com o mestre lá de cima, sendo perdoado pelos seus pecados. Dessa forma, todo mundo lucrava: a Igreja, as prostitutas, o Estado - com impostos sobre ambos os serviços - e certamente o marinheiro. Isso talvez explique o porquê do Red Light District terminar onde começa uma Igreja, ou vice-versa.
O turismo em Amsterdã cresceu em volta desse mercado do Red Light District, no entanto a Igreja não lucra mais em cima disso nem tem força suficiente a ponto de querer uma quebra de braços com a prostituição na Holanda. Inclusive, essas senhoritas foram regularizadas perante o Estado e pagam impostos como qualquer outro trabalhador que tenha um negócio independente, podendo usufruir de direitos relativos ao sistema de saúde, por exemplo. A título de curiosidade, saiba que 15 minutos de fama numa estreita cabine com a mulher de sua preferência custam 50 euros, e tudo é negociável caso alguém esteja interessado.
Falando em Amsterdã é raro não chegar em outro assunto que não maconha/marijuana. De fato, lá não falta, tem pra dar e vender, literalmente, porém a maconha não é legalizada, ela tem o comércio tolerado. Funciona assim, você não vai ser preso por usar maconha, desde que a compre em cafés legalizados. Esses estabelecimentos são conhecidos como coffee shops que já são mais de 300 espalhados por toda a cidade, e neles você não precisa fumar a erva para consumí-la, já que existem variações como chocolates quentes, pirulitos, bolinhos conhecidos como space cakes e tem até camisinha tudo teoricamente adicionado de cannabis.
É inevitável não sentir o cheiro da droga a cada passo que você dá no centro da cidade, ou ainda não reparar nos constantes olhos vermelhos que te cercam nas ruas mas mesmo assim os holandeses estão apenas em 9º no ranking dos países que mais consomem drogas. Como explicar isso? Turistas. Os coffee shops estão lotados de pessoas que vem do mundo todo experimentar a liberdade, claro, tanto que representam a absoluta maioria dos consumidores na capital da Holanda.
Deixando de lado todo o turismo atraído por mais esse 'detalhe', a tolerância ao uso da maconha existe porque uma vez que você permite o acesso a erva de um jeito organizado através de um comércio seguro, é mais fácil combater as outras drogas mais pesadas. Eu me arrisco à dizer que essa medida leva diminuir os índices de violência, inclusive é bem comum ao dar uma volta num parque encontrar grupos de amigos na margem de um rio ao redor de um narguilé.
Pra fechar a terceira ponta de um triângulo de liberdades, em Amsterdã não existem preconceitos sobre quem gosta do que. Foi a Holanda, o primeiro país a legalizar o casamento gay ou simplesmente desrotular e chamar apenas por casamento, não é a toa que lá acontece a maior parada gay do mundo, no dia 27 de julho. Igualmente, estrangeiros são muito bem aceitos pois é estimado que quase metade da cidade seja composta por imigrantes. E é por tudo isso que eu não tiro, de forma nenhuma, o crédito dos cidadãos holandeses pela sua atitude de tolerância que felizmente não ficou apenas em palavras, nem da cidade que genuinamente te encoraja a ser quem você é independente da raça, cor, nacionalidade, profissão ou ideologia.
De uma cidade cheia de canais, com o título de "Veneza do Norte", esperava-se que o charme viesse dos barcos, todavia resolveram ser irreverentes e apostar nas bicicletas. Mais que agradável, andar sobre duas rodas torna-se eficiente quando se tem uma estrutura de ciclovias e sinalização disposta por toda a cidade, talvez nem tanto quando está chovendo um dilúvio em cima de você. As bicicletas são estranhamente mais confortáveis e difíceis de frear com os pés pelo menos no começo. No fim do dia, a verdade é que eu queria uma magrela daquela pra mim.
De bônus, uma vista incrível atrás da outra, entre um povo receptivo e pronto pra ajudar quando preciso. Espera-se que seja aconchegante viver numa casa tortinha, apertada e troncha. Deve ser, afinal todo mundo vive assim e é feliz. É nessa bagunça organizada que tudo vai dando certo, desviando de uma bicicleta ou de outra, os holandeses vão levando a vida e ensinando ao resto do mundo que os problemas não se resumem à drogas, prostituição e preconceito.
Deixando de lado todo o turismo atraído por mais esse 'detalhe', a tolerância ao uso da maconha existe porque uma vez que você permite o acesso a erva de um jeito organizado através de um comércio seguro, é mais fácil combater as outras drogas mais pesadas. Eu me arrisco à dizer que essa medida leva diminuir os índices de violência, inclusive é bem comum ao dar uma volta num parque encontrar grupos de amigos na margem de um rio ao redor de um narguilé.
Pra fechar a terceira ponta de um triângulo de liberdades, em Amsterdã não existem preconceitos sobre quem gosta do que. Foi a Holanda, o primeiro país a legalizar o casamento gay ou simplesmente desrotular e chamar apenas por casamento, não é a toa que lá acontece a maior parada gay do mundo, no dia 27 de julho. Igualmente, estrangeiros são muito bem aceitos pois é estimado que quase metade da cidade seja composta por imigrantes. E é por tudo isso que eu não tiro, de forma nenhuma, o crédito dos cidadãos holandeses pela sua atitude de tolerância que felizmente não ficou apenas em palavras, nem da cidade que genuinamente te encoraja a ser quem você é independente da raça, cor, nacionalidade, profissão ou ideologia.
De uma cidade cheia de canais, com o título de "Veneza do Norte", esperava-se que o charme viesse dos barcos, todavia resolveram ser irreverentes e apostar nas bicicletas. Mais que agradável, andar sobre duas rodas torna-se eficiente quando se tem uma estrutura de ciclovias e sinalização disposta por toda a cidade, talvez nem tanto quando está chovendo um dilúvio em cima de você. As bicicletas são estranhamente mais confortáveis e difíceis de frear com os pés pelo menos no começo. No fim do dia, a verdade é que eu queria uma magrela daquela pra mim.
De bônus, uma vista incrível atrás da outra, entre um povo receptivo e pronto pra ajudar quando preciso. Espera-se que seja aconchegante viver numa casa tortinha, apertada e troncha. Deve ser, afinal todo mundo vive assim e é feliz. É nessa bagunça organizada que tudo vai dando certo, desviando de uma bicicleta ou de outra, os holandeses vão levando a vida e ensinando ao resto do mundo que os problemas não se resumem à drogas, prostituição e preconceito.
Chegando em Amsterdã de Eurolines partindo de Bruxelas
Eu nunca tinha viajado antes de Eurolines, mas foi bem tranquilo. A passagem me custou 19 euros e teve duração de 2 horas e meia. Com o ticket impresso, você tem que chegar antes para fazer meio que um check-in, onde recebe um adesivo pra colocar na mala e tal. O ônibus saiu do Gare de Bruxelles-Nord (http://goo.gl/maps/PUoSa) e nos deixou na estação Amsterdam Amstel (http://goo.gl/maps/eTobR). Lá da estação Amstel para a estação Central que era bem perto de onde ficava meu hostel, eu tenho quase certeza que peguei o ônibus 59. Chequem essa informação antes de entrar no ônibus.
Amstel Station |
Amsterdam Centraal |
Se eu falar pra vocês que fiquei num hostel cristão em Amsterdã vocês não acreditariam, mas foi. Shelter City o nome dele, e não me arrependo por nenhum segundo. Veja bem, eu não planejei cair num hostel cristão, eu ignorei a descrição do hostel e fui sem ler nada. Chegando lá quando eu vi que era um hostel cristão - vi = o recepcionista falou - eu pensei que ia ser complicado porque eles iam ser rigorosos e tal, mas não, foi bem tranquilo. Os quartos são separados entre homens e mulheres, e apesar de eu ter ficado num com 16 camas, não houve nenhum problema.
Os funcionários eram bem simpáticos, sempre perguntando como tinha sido nosso dia e dispostos a ajudar. Inclusive três das pessoas que lá trabalhavam como voluntários, sim muita gente vai lá trabalhar de graça, já tinham morado no Brasil e sabiam falar português, inclusive uma delas tocava numa banda de forró e sabia tocar triângulo. Qual as chances de você cair num hostel cristão e encontrar uma holandesa que tocou triângulo com uma banda de forró?
Roteiro
A viagem sempre começa com um Free Walking Tour. Esse começava no National Monument na Dam Square às 11:15. Ele cobre as atrações Old Church, The Red Light District, The Jewish Quarter, Royal Palace, The Jordaan District, The Anne Frank House, Narrowest House entre outras coisas.
Old Church
É de lá que começa/termina o Red Light District.
Logo do lado dessa Igreja, há uma das mais fantásticas vistas de Amsterdã na minha opinião e por isso eu fiz logo minha guitarrinha! Você sabia que só existem cinco igrejas católicas em Amsterdã?
Todo mundo meio que conhece ou já ouviu falar sobre o Red Light District. É um bairro quase como qualquer outro, onde em certas ruas existem cabines com portas de vidro onde prostitutas exibem-se. Fica bem no meio da cidade, milhares de holandeses passam por essas cabines no caminho do trabalho por exemplo e já é bem comum. Não é permitido tirar fotos das garotas, porém das ruas em si parecia não ter muito problema, embora tenha muitas câmeras de vigilância, por isso preferi tirar essa foto representativa de um 'sinal vermelho'. Só que o nome vem de outra luz vermelha que fica sobre essas cabines, caracterizando o Red Light District, mas o nome em holandês traduzido para o inglês é equivalente a Wall Street.
Preferi ficar seguro e tirar apenas uma foto do reflexo do nome de um café. Cafe Remember. Remember...
Royal Palace
O Royal Palace fica bem próximo a Dam Square e hoje já não é mais habitado por Reis e Rainhas, embora a Holanda/Países Baixos faça parte do estilo de governo Monarquia Constitucional.
The Anne Frank House
Outra marca de Amsterdã é a história de Anne Frank. Tem um museu com uma fila sempre enorme esperando do lado de fora. Isso é tudo que eu sei.
Narrowest House
Essa é a casa mais estreita de Amsterdã, só. Porém as casas da capital da Holanda são extremamente atípicas e pra cada coisa estranha existe um significado.
Observem a foto abaixo. Começando pelos ganchos no topo, eles servem para erguer móveis até as janelas e para que eles possam entrar dentro das casas que as vezes são tão estreitas que fica impossível levar de um andar para o outro. Mas daí você pensa: "O gancho não fica tão longe do muro da casa, então talvez os móveis acabem colidindo com as paredes durante a subida." Certo. Se vocês notarem na divisória entre essa cada e à da direita, dá pra notar que essa casa sobe pra frente se é que essa expressão faz sentido, mas enfim ela 'cai' um pouco pra frente pra facilitar o uso do gancho. Weird, I know. Se vocês também notarem na casa vizinha, as janelas são tronchas. Devido a fundação inconstante, as casas pendem para os lados, e as vezes acabavam tendo janelas comprometidas, na hora de reconstruir eles tentavam endireitar o máximo possível e ficava essa coisa toda tosca. Porque casas tão estreitas? O imposto que você pagava era proporcional à largura da casa. Um último detalhe, aquele tipo de pedra que tem uma árvore (embaixo das 2 janelas do primeiro andar) era bem comum. As casas possuíam elas e estampada nas pedras havia algo relacionado à profissão da família. Está explicado porque Amsterdã tem casa tão atípicas mas tão legais?
Só uma última reflexão. Eu acho que descobri porque os holandeses usam bicicletas. Olha, a julgar pelos carros estacionados no canal, consegui imaginar vários mal motoristas caindo junto com o veículo na hora da manobra. Acho que o pessoal foi traumatizando e trocando por bicicleta porque o prejuízo ia ser menor.
Pra ter carro em Amsterdã tem que ser motorista pra valer. |
Openbare Bibliotheek Amsterdam - OBA
Essa biblioteca aqui é uma dica que encontrei nos fóruns de mochileiros. É aberta ao público e teoricamente você pode acessar o terraço e ter uma vista da cidade. Não sei se era porque fui num domingo, mas estava fechado, todavia valeu a ida. Até as janelas proporcionam boas vistas da cidade e o prédio internamente é tentador, se tivesse uma seção mais ampla em inglês.
A biblioteca fica bem perto da estação central. Se você estiver de frente pra estação, a biblioteca vai estar à uns 5 minutos de caminhada para a direita.
Waag
Esse é um dos antigos portões da cidade que hoje abriga um café. Ele fica bem no meio Nieuwmarkt e é o prédio mais velho da cidade desconsiderando os religiosos. Tem muita história macabra com esse portão, mas um guia vai conseguir de contar melhor do que eu.
Se vocês repararem no banco o qual essa senhora está sentada, tem uma referência à bandeira de Amsterdã. Agora veja a foto abaixo. Eu achei bem estranho essa ser a bandeira oficial, e pensei várias coisas antes de ouvir seu verdadeiro significado. Cada x que há na bandeira representa um perigo: praga, inundação e fogo. Agora inclusive as cores fazem sentido.
Como chegar nas atrações fora do centro?
Em outras cidades eu geralmente diria para comprar um passe de metrô, mas em Amsterdã você tem a oportunidade única de usar uma bicicleta como seu meio de transporte, e após eu ter feito isso, eu mantenho essa dica. Alugue uma bicicleta e seja feliz, só que antes veja a previsão do tempo, porque em instantes verás que eu não tive tanta sorte. Eu aluguei bicicleta aqui (http://goo.gl/maps/Oy4wi) Star Bikes Rental. Por ser afastado do centro, foi o lugar com o preço mais barato que encontrei, embora eu tenha chegado lá por intermédio do hostel.
As bicicletas de Amsterdã tem uma particularidade: elas não tem freio no guidão. Mas calma que tem jeito de frear e não é arrastando os pés no chão. Quando você pedala pra frente a bicicleta vai, e quando pedala pra trás a bicicleta freia. Eles passaram toda a responsabilidade de acelerar e frear pros pés, quem nem um carro, enquanto as mãos só se preocupam com a direção, e eu gostei. Claro que no começo você quase morre algumas vezes porque fica apertando o guidão feito um louco e lembra que o freio não está lá, mas se você for uma pessoa com coordenação motora normal será fácil de se acostumar.
Meu plano foi seguir a rota do Hop on Hop off :x Porque tem bastante coisa interessante no roteiro deles, só que é muito mais legal ir de bicicleta e poder parar onde quiser tirar foto e continuar. Vamos lá ao roteiro então.
De Gooyer Windmill
Esse é o maior moinho de vento da Holanda e fica bem no meio de Amsterdã. Tem nada lá, mas se tiver a oportunidade não custa nada ir ver.
Se tem uma coisa que eu me arrependo de não ter feito em Amsterdã foi de ter ido nesse museu. Não sou especificamente fã de Escher nem nada, mas acho que ao longo dos meus poucos anos de vida já dei de cara com o trabalho dele algumas vezes mas não tinha associado a um nome ou artista. Vejam algumas obras e concordem comigo ou não.
Ok, sou uma cara de exatas e entro no clichê de achar interessantíssimo esse tipo de arte. A questão é que esse museu estava na minha rota e eu errei por não ter entrado nele mas enfim. Se arrependimento matasse...
Rijksmuseum
Esse é o museu nacional do país, e também não fui nele porque a fila estava simplesmente virando o quarteirão. E pra completar chovendo. ÊÊÊÊ Uma chuvinha deve ter caído bem no calor que tava? Sim, se tivesse durado 5 minutos, se fosse uma chuva normal e se eu não estivesse de bicicleta. A filial do São Pedro na Holanda resolveu descer um dilúvio, veja a amostra.
Em qual universo paralelo você conseguiria tirar uma foto do Iamsterdam sem um mísero pirralhinho atrapalhando? Eu entrei só no Hall do museu pra tirar foto porque achei muito massa.
Esperar a chuva passar pra quê? Montar nas letras e tirar foto, isso sim.
Meu R é especial. |
Lá começou minha saga de subir na bendita letra. Eu juro que ela parecia muito mais fácil de subir, mas a jornada começa escalando o 'e' pra depois chegar em cima do 'r'. Não, não é fácil ainda mais quando a letra está toda ensopada da chuva, amigos.
Eu até tive a intenção de arriscar uma guitarrinha mas pra evitar uma morte prematura, decidi ficar no normal mesmo. Aí eu tive a ideia brilhante de tirar fotos de cima da letra, porque ia ter uma visão privilegiada do museu e de tudo na frente da famosa Iamsterdam.
Tudo junto numa foto só fica melhor ainda!
Vondelpark
Aproveitando uma trégua da chuva fomos nesse grandioso parque que é muito bonito mesmo. Só que São Pedro resolveu dificultar de novo e a chuva voltou. O que deu pra ver foi grupos de amigos ao redor do rio fazendo adivinha o que? E também aproveitar a vista do parque mesmo que embaixo de uma árvore que me salvava da chuva.
E no meu bagageiro, eu levo Amsterdã inteira. |
O prato que eu comi lá pode até ser feio mas tinha um gosto legal. Comi Stampot, mais precisamente sua variação Hutspot. Ele é composto de algo como um purê de batatas com cebola e cenoura acompanhado de uma linguiça. Indico para ser provado.
Oi Ruan, gostei das suas postagens. Mas vim aqui pra fazer uma pergunta bastante específica. Uma vez li em um lugar que existem bandeiras vermelhas na frente dos prostíbulos em Amsterdã, além das luzes. Estou fazendo um trabalho sobre semiótica e gostaria de saber se você viu isso nos lugares que foi.
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