sábado, 4 de maio de 2013

Marseille - A cidade do Conde de Monte Cristo

Nome: Marseille
País: França
Língua Oficial: Francês
Moeda: Euro

França
Zadar foi um perfeito início de viagem, mas o nosso tempo lá havia se esgotado. Era hora de partir pro próximo destino, que ia ser o mais rápido de todos, menos de dois dia em Marseille. Vale dizer que o táxi de 180 kunas que pagamos na vindo do aeroporto, acabou se transformando em 100 na ida ao aeroporto, porque o dono do hostel já é acostumado a pedir táxis. 

Chegando no aeroporto, mini no caso, não perdemos tempo e já passamos para a sala de embarque. Eu esqueci de dizer no outro post, que os donos do hostel acabaram nos devolvendo 50 kunas porque o monastério não estava acessível, e ele falou que devia ter sabido daquela informação, e tal, então decidiu devolver o dinheiro assumindo a responsabilidade por aquilo, o que foi excelente da parte dele. Dito isso, eu estava no aeroporto com MUITAS kunas restantes, 90 pra falar a verdade, e isso significa uns 10 pounds. Não era um valor enorme aqui, então decidi gastar o que tinha sobrado pra não voltar com essa moeda que seria inútil depois aqui. Claro que guardei muitas moedas de lembrança.

Basicamente, tinha uma duty free, e eu tinha dinheiro pra gastar, a questão era, a maldita mala com limite de peso da Ryanair. Eu comecei a comprar imãs de geladeira, porque afinal de contas, tenho uma horda de familiares pra levar lembrança no Brasil, então uns imãs muito legais da Croácia seriam de grande ajuda. Torrei o dinheiro todo nisso. Consegui comprar um de cada. Okay, agora eu só precisava descobrir onde socar aquilo dentro do meu casaco, que era equivalente a uma bolsa feminina, porque eu carregava mil coisas pra não ter que por na mala.

Rodeei bem o guichê que eu teria que passar e não tinha nenhuma balança, então resolvi abrir mão das mil camisas que eu estava vestindo, e das coisas que estava carregando e coloquei tudo na mala. Fui gelando no guichê, passei tranquilo. o/ Ufa. O voo foi bem tranquilo, e acho que 2 horas depois já estávamos em Marseille. Chegamos por volta de meio dia. Imigração. Eu era um dos últimos dos 4 do meu grupo. Vi que o cara perguntou pra uma das pessoas o que estávamos fazendo ali. Fiquei até um pouco nervoso, mas quando chegou a minha vez nem me perguntaram nada. Eu havia entrado na França. Primeira coisa a fazer? Olhar meu novo carimbo no passaporte. Isso já havia virado um passatempo. 

Famintos, seguimos na direção de um ATM pra sacar euros e almoçarmos. Burguer King. Todos lá olhando pra cara do fast food, e afirmando que com certeza num aeroporto internacional as pessoas falariam inglês. Certo? Errado!!! Primeiro coisa que perguntei pra moça que me atendeu e ela falou que não falava inglês, que lindo, eu tendo que enrolar no Francês. Eu sei bem pouca coisa, porque abandonei o primeiro nível ainda na metade. Me arrependi nesse momento.

Usei palavras-chave. Whooper. Combo. Regular. Com isso um preço surgiu na tela, e passei meu cartão. Pra minha surpresa, pediu senha, porque nos lugares que usei meu VTM só assinava, mas na França inteira foi assim, em todo estabelecimento os cartões pediam senha. Eu tenho um cartão de VTM em Euro que fiz no Brasil já pensando nas viagens :) 

Antes de dizer como saímos do aeroporto, deixa eu mostrar uma foto de uma vista aérea de lá. O aeroporto era muito top.

Esperemos que o avião ou tenha freio ou saiba nadar
Dito isso, fomos no shuttle bus do aeroporto, pra quem não conhece, suttle bus é um transporte muito comum em aeroportos internacionais que te leva pra um canto central da cidade. Previamente, eu pesquisei sobre o aeroporto e vi a possibilidade de pegar esse ônibus. Custou 8,50 euros - tinha desconto pra estudante mas a gente não sabia, só descobriu depois - e ele dava direito a uma passagem de RTM, que é o transporte público da cidade. Ele nos levaria do aeroporto em Marignane até Marseille - 27 km de distância - mais precisamente no Gare de St. Charles, a estação de trem principal, a qual tem metrô e poderíamos usar o RTM.

Eu também já sabia qual a estação mais perto do nosso Hotel, então foi tranquilo. Recomendaram MUITO que não falassemos em outra língua que não francês nos metrôs porque os pickpockets sempre estavam muito atentos a turistas, então bem caladinhos entramos e já saímos. Também por ter olhado antes no Google Street View, eu já sabia como chegar no Hotel ao sair da estação. Duas ruas e já estávamos lá. O lugar que ficamos se chamava Hotel Montgrand, de excelente localização e com um quarto bastante agradável. Éramos 4, haviam duas camas de casal, o suficiente. O banheiro também era muito bom, só não trancava. Tinha até televisão a cabo, em francês, o que não ajudava muito.

Ao chegarmos no Hotel, estávamos acostumados a pagar previamente o valor combinado, mas fomos recomendados pela recepcionista a primeiro nos acomodarmos e depois descer pra acertar as contas. Achei interessante. Descemos, acertamos as contas, e pra aproveitar o restinho de tarde, pedimos informações acerca de como chegar na Basilique Notre Dame de la Garde. Era uma caminhada de mais ou menos 30 minutos, porque tinha umas subidas cabulosas, mas felizmente a bicicleta já tinha dado um reforço nas minhas pernas.

Minutos depois e vários metros mais acima, havíamos escalado a parte mais alta da cidade.

"Palais de Justice" bem próximo ao Hotel, no caminho para a basílica
Confesso que nunca cogitei pagar pra ver nesses telescópios, mas dessa vez foi tentador.
Watching over the city.

Atenção para os cordões de navios.

Maybe the world needs to be more quiet, he means.
Iles du Frioul ao fundo nos chamando para um passeio.
He again.

Quem vai visitar quando for a Marseille?
A basílica se situa num ponto estratégico no qual facilmente pode ser vista de praticamente todos os cantos da cidade, ocupando um cargo de vigília no qual a santa dá esperança, principalmente as esposas de pescadores que aflitas aguardavam seus maridos retornarem do seu fardo dia após dia, e proteção a estes últimos em seu árduo e por vezes perigoso trabalho.

Assim, fica fácil, inclusive para os turistas desinformados, encontrar a mais famosa atração da cidade. A subida até o topo já não é tão fácil assim, quando não uma ladeira a frente, lances e lances de escada. Nenhum esforço que impeça a verdadeira compensação de alcançar o topo e o objetivo que é a basílica.

As vistas são o que atraem a maioria dos aventureiros, afinal proporcionam os melhores ângulos de Marseille: Chateau d'If, Vieux Port e a cidade por si só. Claro que ninguém deixa de visitar o interior da basílica que encanta pelos detalhes ao deixar evidente pelos cordões de navios que decoram o teto que está guardando todos os navegantes que por ela atenderem.

Vale atentar para o cuidado em que as preces são direcionadas em velas, as quais são concedidas diante uma doação simbólica, denotando a fé depositada pelos visitantes em cada uma das velas acesas. A esperança que queima na chama do pavio, preenchendo o lugar com um clima de religiosidade, não se entrega nem quando os últimos traços de cera forçam o seu apagar, afinal só se resta esperar pela graça a ser alcançada.

Não perdi tempo em acender o meu pedido que foi pela minha tia que havia falecido recentemente. E apesar de uma protetora dos navegantes não soar coerente a causa à uma primeira vista, pedi que em sua viagem não houvessem mais tempestades nem tormentas, apenas uma calmaria eterna introduzida em sua alma. Foi nesse pensamento que me despedi da basílica buscando que o melhor dos ventos me guiasse.  


E uma delas era a minha
Voltamos para o Hotel antes que escurecesse e nos preparamos para sairmos de novo para jantar no Vieux Port que era ali do lado e também a opção mais atraente. Demoramos um tempo até decidir onde comer pela quantidade de opções e principalmente pelos preços exorbitantes. Não era uma caro do tipo absurdo impagável, mas depois de Zadar com comidas deliciosas e baratas, além de uma background de estudante, ficou difícil pagar 16 euros numa refeição. Felizmente comemos bem, com direito a entrada, prato principal e até sobremesa, o suficiente pra terminar o dia bem e ter uma boa noite de sono pra acordar bem cedo no outro dia.

O Hotel não oferecia café da manhã mas compramos o serviço - por 6,5 euros - até porque não tinhamos muita escolha. Eu geralmente não faço questão de tomar café da manhã por um costume próprio, mas resolvi acompanhar os meus amigos e provar da comida francesa e desmitificar algumas coisas. O menu era bem simples, mas algumas coisas chamavam atenção pela importância como pão francês e croissaint. Só decepção. Quando acho que o original seria melhor, erro. Bem, o pão francês até parece com o do Brasil, mas está longe de ser saboroso. O croissant é feito com uma massa um pouco doce, e não é do meu agrado, porque gosto do croissant principalmente por ele ser salgado.

Mas as surpresas não haviam acabado. O segundo dono do Hotel, provavelmente, perguntou de onde éramos no Brasil e um dos meninos do grupo respondeu que era de Brasília. Prontamente o sujeito disse que ele era da capital e todos nós ficamos surpresos dele saber que Brasília era a capital do Brasil. Quando achávamos que tínhamos adquirido a melhor impressão dos franceses, ele completou dizendo que tinha sido uma tristeza ter perdido um dos arquitetos mais importantes de todos os tempos, Oscar Niemeyer, que por acaso teria sido o arquiteto da tal cidade do Brasil. Eu definitivamente não esperava isso de alguém, tal conhecimento de um argeliano-francês sobre o Brasil. Por fim, ele nos explicou que um irmão dele gostava bastante do arquiteto e por isso ele sabia muito sobre ele. 

Por fim, partimos para o Vieux Port em busca de uma empresa que fazia o translado de lá até o Chateau d'If e as Iles du Frioul. Chegamos bem em cima da hora e pegamos o barco que passaria primeiro no Chateau d'If custando 15,95. Não tinha desconto pra estudante. Uma passeio bem agradável e infelizmente rápido, pois logo chegamos ao Castelo d'If.

Se não fosse uma prisão, ia ser um palácio de luxo
A água irresistívelmente gelada implorava por um toque. Sabe o que foi o melhor? Entrada gratuita pro Chateau d'If o/ Só mostrar o NUS e pura felicidade. Dentro do castelo não é tão grande, mas é bem legal e interessante.

Gaivotas, as novas moradoras da região

Um dia, um lugar povoado por prisioneiros de estado, no outro, gaivotas e uma horda de turistas.

Entrada de uma cela mantida
Vista das Iles du Frioul

Vista de Marseille, e bem longe, no topo a Basilique Notre Dame de la garde
Olha a visão 'desgracenta' que os prisioneiros tinham
Vista de cima das celas e do pátio principal
Eu
O Chateau d'If ultrapassa os limites da realidade, e entra no mundo mítico de Alexandre Dumas, em sua obra o Conde de Monte Cristo - Count of Monte Cristo. Embora você leitor talvez não tenha lido o livro, com certeza deve ter assistido na sessão da tarde o triunfar de homem que após conseguir escapar da prisão  onde acabou chegando lá por pura injustiça, sobre uma sociedade alienada pelo estado.

Antes de ser 'agraciada' com a construção de uma prisão de estado, a Ilha d'If - Ile d'If - teve um morador um tanto quanto exótico: um rinoceronte. Isso mesmo, o Rei de Portugal resolveu dar um presente para o Papa Leão X e foi bem criativo né, afinal quantos de vocês já ganharam um Rinoceronte de presente? Ninguém? Vamos rever nossos amigos. 

O Rinoceronte - Durer 1515
O Chateau d'If tem muitas celas e placas com seus respectivos prévios moradores. Claro que a mais visitada seria a suposta cela de Edmond Dantés. Existem umas celas muito interessantes, como uma que tem uns sons estranhos e BEM macabros. Não vou citar nomes, mas teve uma pessoa que não aguentou ficar lá sozinha e acabou correndo, e não fui eu. Tinha até uma porta fechada que descia só Deus sabe pra onde, e eu fico revoltado porque sempre quero entrar onde não pode, acho sacanagem fechar. Enfim, passei na lojinha, comprei um chaveiro e um cartão postal pros meus pais - muito foda por sinal, porque ele alternava entre a vista do Chateau d'If e do Rinoceronte acima.

Ficamos esperando o próximo barco vir e fomos para a Iles du Frioul, que fica do lado. A gente achou uma pequena praia e optou por ficar simplesmente lá, curtindo o dia ensolarado.

Seria uma praia paradisíaca perdida?
Eu arriscando no gelo
Já que eu não ia conseguir tomar banho por causa da água e também por não ter levado roupa, eu fui pelo menos colocar os pés pra refrescar. Como a praia tem muita pedra, eu saí e meus pés nem estavam sujos de areia, foi só esperar secar e pronto.

Eu me aventurando em cima de morros pra tirar fotos aleatórias
Muitos aviões passaram pelo céu e acho que eles estavam mandando um sinal O.o
Depois do dia cansativo que foi rodar, voltamos para Marseille em busca de algo pra comer. Resolvi ir no Mc Donalds pra ver se economizava e pedi um sanduíche que nunca tinha visto e me lasquei. Era uma parada mediterrânea com gosto horrível, só fiz gastar dinheiro e ficar com fome. Não me arrependo de ter tentado ao menos variar. Voltamos para o Hotel, do qual já tínhamos feito check-in, mas eles não se incomodaram em ficar com nossas bagagens e também esperar umas 4 horas até que pegássemos um táxi que havíamos agendado pra lá.

Vista do Vieux Port
Apesar de termos recebido recomendação também pra não pegar táxi na França, caímos na tentação de desobedecer. Agendamos à um preço de 60 euros, mas pelo fato do taxista ter ligado o taxímetro um dos meus amigos que sabe falar um pouco de francês foi confirmar o acordo firmado. Ele falou que não sabia de nada e ligou pra outro cara que falaria em Inglês. O cara foi bem antipático e acabou fechando que seria 65 mais 1 pound por cada bagagem, o que seriam 69. Ao chegar no aeroporto, o taxista idiota cobrou 75 euros mais 4 pounds de mala absurdamente. Não tívemos escolha e acabamos pagando, prometendo que nunca mais pegaríamos táxi na França ou pelo menos combinaríamos BEM antes de pegá-lo.

Então se você vai ou pretende ir na França e tem a intenção de pegar um táxi, tente não pegar ou pelo menos tome MUITO cuidado e feche bem o acordo antes, de preferência tenha o dinheiro certo em mãos, porque se você precisar receber troco ele irá te enrolar. Escutem bem o que estou dizendo.

Como se não bastasse essa saidinha traumatizante, a passagem das malas pelos sensores foi bem chata, eles eram muito chatos e rígidos, mas por fim passamos e demos graças a Deus de estar saindo da França.



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2 comentários:

  1. Vc sabe me dizer se é muito caro um tratamento ortodôntico aí? Coloquei aparelho nos dentes há 3 meses e queria poder continuar o tratamento no Reino Unido.

    Obrigada

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  2. Karolina, infelizmente não sei te dar essa informação. Até onde sei, quando a galera vem pra cá, tira o aparelho. Eu nunca vi ninguém daqui com aparelho dentário, afinal nem os dentes eles escovam direito. Aconselho perguntar ao seu dentista mesmo.

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